quinta-feira, março 29, 2007

Estado da Arte

Vou dar a minha opinião sobre a arte actual, em Portugal.
Obviamente não vou falar de mim, mas sei perfeitamente que não sou nenhum génio da pintura.
Eu diria que 95% dos pintores portugueses que estão activos neste momento são uma "merda". Não têm criatividade, não têm técnica, são preguiçosos e têm a mania que são os melhores do mundo. Não vêm mais do que o próprio umbigo. Depois nota-se que são todos muito amigos e se protegem muito bem uns aos outros. Ninguém tem coragem de chegar perto deles e fazer um comentário negativo sobre a sua obra. Meus amigos, vender muito não é sinónimo de qualidade. Nem tudo o que vende é o que vai valorizar. Lembrem-se da música pimba e das bandas que vendem milhares de discos e que 2 ou 3 anos depois já ninguém se lembra deles. Na pintura é igual (com as devidas diferenças).
Eu sei que muitos galeristas são uns ignorantes em relação à arte (felizmente há bastantes que não são), mas a ignorância do público comprador é incrível. Em vez de comprarem por gosto pessoal, ou por conhecimento artístico, compram porque o vizinho comprou ou porque alguém disse que é bom ou porque o artista fez uma exposição no estrangeiro.
Lembro-me sempre do Marcell Duchamp que foi recusado em Nova Iorque, numa exposição onde tinha o direito de participar.
E o Picasso que até expunha em cafés e em casas de prostitutas, em França (em inicio de carreira).
Sabem o que me irrita mais? A maioria dos artistas portugueses não têm formação artística nem conhecimentos de história da arte. Mas acham-se tão bons.
Não sei como funciona nos outros países, mas não acredito que seja assim. Estamos no país das cunhas e dos amigos. Um país onde os arquitectos fazem pintura à procura da fama e prestigio que não conseguem alcançar na sua própria área.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sinto que as palavras utilizadas são as mais correctas. Espelham a sensatez com que o actual estado da arte em Portugal é visto por Miguel Fazenda. Eu partilho plenamente da mesma opinião. Acredito que existam os tais "galeristas ignorantes" e o comprador que compra obras de arte a pensar que está a comprar uma peça de artesanato, ou se se quiser ser mais transparente, compra obras de arte como quem compra meias. Toda esta rede de comércio reside na actual fraca capacidade analítica que existe em Portugal. Analisar uma obra de arte é para a maioria das pessoas um "bixo de sete cabeças (cortadas)", tudo porque existe uma insegurança delas próprias em dizer o que estão a ver. Caiem no erro de não dizer o que vêem e tropeçam sempre na famosa frase - "Eu não percebo nada de arte". Arte é simplesmente um conjunto de itensidades (tal como o Amor é um sentimento mesclo e intenso) que o artista resgata do "museu mundo" para mostrar num espaço - seja pela pintura, escultura, desenho, fotografia, cinema, literatura, etc. Se existe uma aproximação da arte à vida, não será inútil que ao invés de ir pelas opiniões dos outros deve-se deixar levar a apreender unicamente aquilo que a experiência individual permite apreender?

Espero, sinceramente não deixar de pensar nisto. Deixo portanto, um link directo para um artigo que fala deste assunto mas que não é uma repetição do que eu Jorge Reis e Miguel Fazenda, escrevemos aqui.

LINK: O Actual estado da Arte

5:30 da manhã  

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